quinta-feira, 13 de abril de 2017

Densidade Urbana, a chave para o desenvolvimento de cidades sustentáveis.

A falta de densidade urbana sempre foi uma pedra no sapato do desenvolvimento sustentável, o surgimento das cidade nasce na necessidade do ser humano de ser sedentário, promover segurança com as comunidades e desenvolver produtos, graças às facilidades de trocas do mercado. Desde o início essa proximidade desenvolveu a troca de informações e alavancou o desenvolvimento humano, mas em determinado ponto a falta e sustentabilidade entre o homem x natureza proliferou  doenças e dizimou milhares de pessoas em várias épocas, fato que hoje se  repete em países menos desenvolvidos em subúrbios e áreas mais pobres. Fatos que até hoje são utilizados como muleta por aqueles que trabalham contra a densidade urbana, e não assimilam a real crescimento populacional.

Comunidade da Rocinha - Rio de Janeiro

É muito normal que habitantes de áreas dispersas pela cidade reivindicam do poder público a mesma qualidade de saneamento, lazer e mobilidade equiparados ao centro urbano, o que a maioria não entende é o contexto da densidade, os recursos de infraestrutura urbana são onerosos simplesmente porque áreas com baixa densidade populacional recolhem menos impostos e muitas vezes fogem dos grupos de interesses envolvidos.

Mas quem produz a cidade ? 

Segundo  Roberto Lobato Corrêa os agentes sociais que fazem e refazem a cidade,  são eles :
a) Os proprietários dos meios de produção, sobretudo os grandes industriais; 
b) Os proprietários fundiários;
 c) Os promotores imobiliários; 
d) O Estado; 
 e) Os grupos sociais excluído

Atuando eles em conflito 





Mobilidade Urbana


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Uma diversificação de usos nos bairros junto a uma maior densidade traria bons resultados ao meio ambiente reduzindo drasticamente os deslocamentos pendulares com automóveis, onde além de menor emissão de CO2, traria melhor qualidade de vida  aos habitantes incentivando a utilização de meios de transportes sustentável, economia em infraestrutura com menos automóveis nas vias e mais fluidez na cidade.

Uma vaga de carro tem, em média, 14 metros quadrados,  um espaço poderia ser muito melhor utilizado. Nesse sentido algumas cidades, como Buenos Aires e Santiago, estão transformando suas vagas de estacionamento para automóveis em vagas para veiculos leves, onde cabiam 1 carro hoje cabem 10 bicicletas, ou 5 motocicletas.
(Fonte:PlataformaUrbana)



Em países menos desenvolvidos a discussão de políticas de mobilidade são tratadas de maneira mais vulgar possível, a criação de mais ruas e aumento das velocidades por si só não podem garantir o sucesso na mobilidade mas sim o caos urbano. Não é o caso de ser ativista a “Demanda induzida”, ou “teoria do trânsito induzido”  a ideia de que quanto mais vias abertas ao carro, maior será o trânsito já foi assimilada pela sociedade desde das últimas décadas.



Seul elevado no centro de Seul  anos 90   / Revitalização do centro Urbano 2003

Imagine uma cidade com um centro urbano rodeado por  pistas de rolamento destinadas exclusivamente aos carros, tipico de um ambiente sem interação social .Essa era a característica de Seul nos anos 90, Coreia do Sul e seu Rio Cheonggyecheon.

Em 2003 o elevado foi demolido e o trânsito por sua vez foi absorvido pelas vias laterias, junto com pequenas intervenções e indicadores mostraram que houve melhora, as pistas de rolamento se distanciaram do anel  central da cidade, assim seus habitantes ganharam mais em qualidade de vida.

Custo anual de um automóvel  popular.
(2013) 


Segundo Douglas Farr (Sustainable Urbanism: Urban Design With Nature) a maior parte do traçado urbano dentro dos bairros deve ser desenhada para uma velocidade máxima de 40-50 km por hora, e a rua mais larga não deve ter mais de duas faixas carroçáveis. Essas rua não só oferecem mais segurança para os pedestre como como permitem um compartilhamento do traçado urbano e a fluides dos transportes coletivos.

Um fato a ser registado é o alto gasto em automóveis no Brasil , segundo a matéria de 2013 do ESTADÃO o brasileiro gasta em média 40% do valor do carro por ano apenas com manutenção e despesas.


Ocupação do Solo

No ponto de vista sustentável quanto menor densidade urbana maior é a ocupação de áreas permeáveis de solo, por consequências > distancias > deslocamento > Poluição do lençol freático. Trabalhar a ocupação do solo não está relacionado em que as pessoas não podem ter grandes jardins, nem mesmo que devam morar em blocos habitacionais, mas sim que o espaço urbano pode ser melhor aproveitado, melhor aproveitado em uma ocupação baseada na forma privilegiando os pedestres e as faixas etárias que mais vivenciam estes espaços urbanos como os idosos e as crianças.

Comparativo de densidades urbanas líquidas numa área de 1 ha em distintas formas edificadas numa área urbanizada. No caso “A”, “B” e “C”, formas distintas com a mesma densidade. No caso “D”, foram acrescidos dois pavimentos ao modelo “B”, para recalcular [GEOVANY J. A. Silva (2013)]

É notório que bairros de alta densidade são mais atraentes aumentam a possibilidade de privilégios de bens e serviços como a um café a poucos metros de casa ou levar seus filhos a pé para a escola, por isso cabe aos códigos municipais rejeitarem o urbanismo disperso ou horizontal, e incentivarem o urbanismo compacto vertical, sendo que falta de supremacia nessa ordem de cada um promove a elitização de áreas centrais da cidade, de modo a que quando você aumenta a oferta os custos se reduzem.



Edificações Sustentáveis de BedZED , Londres/ Inglaterra (www.zedfactory.com)

Edificações Sustentáveis de BedZED
Londres/ Inglaterra (www.zedfactory.com)
O que acorrenta o desenvolvimento sustentável é o preconceito desenvolvido pelos urbanistas, políticos e a própria sociedade pela agenda sustentável se desenvolveu talvez graças ao uso leviano do termo ou por ativistas verdes extremistas. Mas sabe-se hoje que desenvolver parâmetros como a certificação LEED podem ser sim economicamente viável e nos conduzem na busca para a garantia de um futuro no mínimo habitável.





Comercio e Segurança

A densidade promove um comércio com um visual mais dinâmico, visto que mais pessoas transitam mais a pé o mercado investe em vitrines mais atrativas e mobiliários urbanos confortáveis por consequência uma cidade mais viva e habitável.


Além do mais a alta densidade populacional intensifica a vida noturna, com crescimento de atividade em horários diversificados promove o nascimento de espaços de lazer noturno e onde os mesmo seriam mais seguros junto ao contato social e a iluminação das residências em edifícios de uso diversificado. O solo fica a cada dia mais finito, no futuro próximo será necessário não só industriais mas o setor de serviços ter horários alternativos de funcionamento e cabe a cidade se adequar e tirar proveito desses desafios.
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Dogmas devem ser revistos ,um movimento de análise mais crítica do ambiente deve ser colocada em prática com mais vigor especialmente em regiões tão carentes de valores históricos como a  América Latina. Auxiliar a integração entre o indivíduo sociedade é trazer de novo a tona os conceitos do urbanismo tradicional, que priorizava as relações sociais, e o mundo como morada do homem.

Pegando o gancho

A grande responsável pela falta de confiança sobre planejamento Urbano, surge graças a renovação urbana de 50-70, onde se produziu um processo de intervenção idealizado na busca pela construção do novo. Na Europa o desenho urbano modernista ganhava força em meio de um cenário de reconstrução pós guerra, enquanto a América do Norte trabalhava políticas contra a suburbanização. O desejo dos modernistas fica claro na  Carta de Atenas de 1933 e é ratificados no Congresso Internacional de arquitetura moderna (Ciam), suas bandeiras principais eram  a alta densidade, os grandes projetos viários visando o descongestionamento das vias automobilistas, e a renovação do espaço público como meio de promoção de igualdade social. Propostas que reuniam desejos das elites mas que detinham intervenções sociais um tanto quanto ideológicas, ideias que no conjunto não foram bem sucedidas, a promoção da industrialização a todo custo trouce massa populacionais carentes a regiões de  planejamento urbano inexistentes, em cima desse cenário nasce dai o Urbanismo Sustentável como uma forma de recondicionamos as nossa cidades ao modo de vida da sociedade contemporânea.







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"Você não promove mudanças lutando contra o que já existe. Para mudar algo construa um modelo novo que torne o existente obsoleto" R.Fuller

Rio do Sul,13 de Abril de 2017. Mateus R. Duarte © 

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